Sério, lembro de ter lido na contra-capa do livro uma declaração parecida com... "Ao lerem meu livro dizem que é erótico, numa segunda leitura dizem ser político."

Como só estavam os quatro na casa, é preso injustamente acusado da morte dos três e vai pro reformatório, lá, como era de se esperar, vive momentos difíceis como tentativas de estupro, e maus-tratos, e foge. A partir daí a história realmente empaca entre sexo promíscuo, fome, roubos, mulheres diversas, travestis, falta de abrigo, enfim, miséria generalizada.
Eu prefiro partir de três pontos básicos pra desvendar esse
1) Livro erótico: Meu Deus, até a Syang deve escrever erotismos melhores.
Não, certeza absoluta que ele não quis escrever um livro erótico.
Livros eróticos não citam o azedume do corpo dos personagens, e os chatos, e os piolhos, e a falta de banho, e a imundície generalizada.
Eu até entendo que muitos devem ter esse tipo de fantasia, mas não acredito que o livro tenha sido escrito pra esse público-alvo.
2) Livro-Livro: Disso subentende-se uma escrita culta, rebuscada, com bons jogos de palavras, enfim... subentende-se literatura, arte de escrever. CERTEZA que também não era a intenção, pois ele deve ter um pingo de auto-crítica e reconhecer que ele não sabe escrever para tanto.
3) Livro político: Agora eu até dou o braço a torcer. Realmente, na verdade, tomara Deus que essa tenha sido a intenção deste autor.
É a única chance de salvá-lo da guilhotina.
Mostrar a miséria de Havana num romance, sem citar nomes e formas de governo. Palmas. Bacana. E aproveitar todo o clima fétido do livro pra denunciar o que há de errado em Cuba, reduzir tudo a "sexo, rum e música cubana" de maneira a te fazer enxergar mais além, te fazer enxergar o âmbito político, meu louvor, mas por favor... Não escreva mais nada.
Aproveite a fama (ao meu ver exagerada) que o livro leva pra viver dele pelo resto da vida.
Eu simplesmente amo esse autor. O cheiro de rum chega às minhas narinas ao virar de cada página. Enquanto leio Pedro Juan me embriago junto com as personagens; uma forma de ser solidária, talvez?! Anestesiar a dor, o sofrimento e a condenação é, na maioria das vezes, o que resta(ou) àquele povo. Livro político? Ele não só relata, mas te proporciona uma vivência por meio da narrativa. Então, neste caso: BRAVO! Que venham os próximas obras, POR FAVOR!
ResponderExcluirhá quem goste de paulo coelho, né?
ResponderExcluirhá quem goste de augusto cury.
deveria haver alguém que goste de pedro juan gutierrez.