quarta-feira, 1 de julho de 2009

Casa;

nem cabe entrar em detalhes de explicar o que é, para que serve, o quanto marcou e o que significa na minha vida um programinha P2P chamado soulseek. - à quem interessa esse post e à mim, tudo isso tá muito bem conceituado, em nosso íntimo, sem precisar usar uma palavra sequer.

então eis que esse é o cenário: soulseek, 2004, um passarinho azul de asinhas abertas, um sonzinho muito peculiar de "tum-dum" do pvt abrindo-se e dois nicks (um azul e um preto): gabyzeeenha e casa_12:51.

o papo exato, eu não vou me lembrar -e ai de quem achar que é heresia ter esquecido, depois de milhares deles, qual a importância a mais há de ter o primeiro do vigésimo, do centésimo, do milionésimo?

mas a impressão que por muito tempo fui ter daquela pessoa, eu me lembro bem:
"cara diferente, esse. não é boçal, não é idiota, não é burro, e no entanto, parece que nem de verdade é - pode alguém ser tão meigo, carinhoso e fascinantemente ingênuo?"
- depois fui descobrir que é uma arte ser esperto, inteligente e safo, e se conservar magneticamente atraente, justamente por ser apresentar docemente ingênuo.
imagem de ingenuidade construida por uma humildade que não nos deixou perceber que se ficasse, à época, minimamente implícito que a admiração entre nós dois era mútua, o caminho dos papos teria sido diferente.
era um jeitinho muito despretensioso para estar com segundas intenções em mim - pensava eu.

que bom que tenha sido assim. as pessoas se perdem com os próprios sentimentos.
a gente se encontrou.

a partir daí, a amizade cresce - mesmo que a gente fique sem se falar por semanas, meses... mesmo que eu me mude de cidade, mesmo que ele fique sem internet...
e cresce, e cresce - e transcende.

o meu romantismo piegas me fez falsamente acreditar que é tão mágico "conviver" com o andrey, que se por um acaso a gente viesse a se encontrar pessoalmente (e foi quase! e bateu na trave!) o encanto se quebraria.
ainda bem que eu sou muito mais do uma idéia poética antiquada, porque há em mim uma vontade de vê-lo, de encostá-lo, de ouví-lo (e que voz!), que supera qualquer romantismo de folhetim barato.

a gente se confessa, a gente coleciona desamores, desabores, e pequenas conquistas.
a gente problematiza, descomplica e complica, se orgulha um do outro...
a gente é quase-irmão, mais-que-irmão;
a gente foi quase-namorinho, mais-que namorinho;
a gente é amigo, mais-mais-mais-que-amigo.

esse é o andrey, que eu particularmente prefiro chamar de "casa".
- e quer algo mais pessoal/querido/confortável/feito-sob-medida do que a sua (o meu!) casa?

2 comentários:

  1. o andrey não é de verdade. e se fosse, teria tanto medo de quebrá-lo que não o tiraria da redoma.

    que texto fofo,lindo, gaby!

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  2. eu só tenho uma noção do amor que a gaby e eu sentimos um pelo outro... exatamente o que é, eu não sei. mas tenho uma boa noção. e eu sei que amo muito tudo isso!

    obrigado por ter escrito palavras tão, tão bonitas! palavras que eu realmente não teria capacidade de juntar.

    obrigado por tocar meu coração, por sentir o que sente por mim, por me fazer chorar, por me fazer sorrir, por me fazer mais feliz.

    contigo, gaby, eu sei que sou mais eu. sou mais humano, mais verdadeiro. te amo! sempre!

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