terça-feira, 5 de agosto de 2008

nem me pergunte se estou bem;

é. e nem me pergunte o que eu tenho feito.
tampouco por onde tenho andado.
nem como me sinto.

de todas as idiotas perguntas rotineiras, essas estão ali entre o top 100.
só não são tão idiotas quanto aquelas: "será que chove?", "pra quando é o neném?", "tá frio né?", "sobe?"...

eu não quero dizer pra qualquer um o que eu tenho feito, por onde andei e nem como me sinto.
as pessoas não entenderiam, de uma maneira geral.

veja bem:
- o que tem feito?
- tenho observado um terreno baldio que é a vista da minha janela. ali todo dia aparece um cachorro, que eu não sei qual é o nome, não sei de quem é, nem sei o que faz ali, talvez procure comida. sempre que o vejo eu o chamo com sons imbecis do tipo: "iiih tiii mininin... ti bunitin..." e ele olha pra mim, e fica olhando. minha intenção é que um dia ele abane o rabo, ou mexa as orelhas, pra eu sentir que ele gosta de mim. um dia tentei jogar um pedaço de pão pra ele, mas não consegui arremessar muito longe, e ele nem se moveu pra ir atrás. enfim... não tem sido uma tarefa fácil me aproximar desse cachorro.
esse terreno é bacana, tem várias borboletas todos os dias pela manhã, e passarinhos, beija-flores... e é a minha visão sempre que eu abro a janela. é meu pequeno mundo. tem dias que ele tá florido, tem dias que não, tem dias que há um cão lá, tem dias que não, tem dias que as borboletas são azuis, tem dias que não.

agora me diga, quem pergunta: "e aí o que você anda fazendo?" quer ouvir isto?

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